Igreja de Deus do Sétimo Dia

INÍCIO
  • SOBRE
  • LITERATURA
    • Revista Compreender
    • Escolas Bíblicas
    • Estudos
    • Cronicas
    • Reflexões
  • RÁDIO
  • VIDEOS
  • CONTACTO

A INSTITUIÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA

Narrativa Bíblica 

“E falou o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano. Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor. E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor. E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos. Chamou pois Moisés a todos os anciãos de Israel, e disse-lhes: Escolhei e tomai vós cordeiros para vossas famílias, e sacrificai a páscoa. Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir. Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este?

Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de

Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou. E foram os filhos de Israel, e fizeram isso como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.” Êxodo 12:1-28

PASSAGEM!

Não nos é possível celebrar a Páscoa nas datas e contextos apropriados devido à pandemia do Covid-19. (14 de Nisan, o primeiro mês do calendário Judaico religioso ou

o sétimo mês do calendário civil, correspondente aos meses de março / abril). As circunstâncias têm surgido e passado tão depressa que não temos conseguido processar corretamente os dias negros destas últimas semanas. Mas temos de escrever sobre a Páscoa. Etimologicamente, Páscoa em hebraico significa, “passagem”, de “Pe – sah”.

Creio que esta é a palavra chave e fundamental. Houve uma “passagem”, após cerca de quatrocentos e trinta anos de cativeiro no Egito. A narrativa da instituição da Páscoa mencionada anteriormente destaca-nos que Deus retirou o Seu povo de um cativeiro de centenas de anos. As famílias deveriam reunir-se, uma série de rituais deveriam ser preparados e cumpridos e todos deveriam participar nesse “sedar” memorável que poria fim a tantos anos de escravidão. Os pais tinham o dever de geração após geração, contar aos filhos o que tinha ocorrido – manter uma herança, uma identidade. Ao participarem na festa pascal, tanto os mais velhos, como os mais novos, compreendiam que Deus, o Seu Deus os tinha libertado de uma imensa e pesada escravidão. Destaco a imagem de comer apressadamente, pois era chegado do tempo de sair em liberdade, para uma nova vida, preparada por Deus, isto com a maior rapidez. É interessante também reparar que na repetição dos dez mandamentos, no livro de Deuteronómio 5: 12-15, a santidade do sábado e a sua razão de existir, devem-se sobretudo ao facto de Deus ter libertado o Seu povo de Israel da escravidão. Santificamos o sábado porque somos um povo livre! O sábado é abençoado e santo, porque é um dia em que se celebra a liberdade. Destaco dois termos em Deuteronómio 5:12-15: te lembrarás que foste servo …; o Senhor teu Deus te tirou dali, com mão forte e braço estendido. Deus retirou-os da escravidão para a liberdade! Mas com mão forte e braço estendido. Neste momento o Pais encontra-se a viver em estado de emergência, com tudo o que isso significa; as nossas liberdades, os nossos movimentos, os nossos contactos, encontros, trabalhos, comunhão, tudo foi suprimido ou quase. E tem sido muito difícil. E tem sido muito difícil assistir ao crescente número de mortos, sobretudo em Itália e Espanha. Tem sido muito difícil de aceitar e concluir que, apesar de toda a tecnologia – internet, telefones, smartphones, ipads, tablets, whatsapps, continuamos a sentir-nos tremendamente sós, abandonados e sobretudo frágeis e impotentes. Podemos comunicar, mas não podemos comungar. Necessitamos do poder da Páscoa. Necessitamos dessa “passagem” que nos leva para o horizonte da liberdade através de uma mão forte e um braço estendido. Deus não usa internet ou emails, Ele estende a mão e toca, puxando-nos para a liberdade. O apóstolo Paulo tinha razão em escrever que Cristo é a nossa Páscoa, a nossa “Passagem” – 1 Coríntios 5:7 para a liberdade. Muitos autores confessam que é muito difícil viver em liberdade depois de ter sido escravo, por exemplo, numa grande cidade, quando se começa a aprender a viver no campo. Apesar da beleza dos rituais da Páscoa, agora surge uma Pessoa, e essa Pessoa é agora a nossa Páscoa, a nossa Passagem. Isso significa que por mais sozinhos e abandonados que nos sintamos, temos uma Pessoa ao nosso lado que nos conduz ao vasto horizonte da liberdade. Jesus afirmou claramente: conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (João 8:32). Mas de que verdade se trata? Jesus responde: Eu Sou o Caminho a Verdade e a Vida (João 14:6). Embora os rituais da Igreja / Páscoa sejam importantes, pois são simbólicos, com uma forte pedagogia, para nós e nossos filhos, a nossa relação agora é com uma Pessoa. Essa Pessoa tem um Poder tremendo: Ela pode libertar-nos. Libertar-nos do peso do nosso passado, cheio de erros, más decisões e atitudes. Libertar-nos de hábitos negativos que nos levaram a viver de forma sombria e desesperançada. Libertar-nos de nós próprios, dos nossos complexos de inferioridade e baixa autoestima. Mas é preciso conhecer a Verdade, conhecer Aquele que nos liberta cada dia com mão forte e braço estendido. Conhecer Jesus é tudo para nós. Por assim dizer, todos os dias são uma Páscoa, uma “Passagem”, pois Cristo sempre nos liberta de algo que nos oprime. Para todos aqueles e aquelas que sofrem neste momento com a ameaça do vírus covid-19, Cristo é a verdadeira Passagem para a liberdade. Com Ele encontramos um Poder que ultrapassa a solidão, a dor da perda e da separação quase definitiva. Cristo é a nossa Páscoa pois através da liberdade que nos concede as barreiras

desaparecem: não há judeu, nem não judeu, escravo, livre, macho ou fêmea, porque todos são UM em Cristo (Gálatas 3:28). É bem mais difícil viver na liberdade que Cristo nos traz, pois, essa liberdade pode resumir-se numa única palavra: amor. Ter a liberdade de Cristo é amar os outros, sofrer com eles, chorar com eles e orar por eles. Esta crise pela qual passamos desafia-nos a olharmos para nós próprios como verdadeiramente somos: fracos, impotentes, frágeis, pessoas carentes de companhia, afeto e amizade, enfim, toda esta crise mostra-nos cruelmente que somos afinal humanos. Os judeus tinham momentos em que ansiavam regressar ao Egito, à Escravidão, porque era simplesmente mais fácil. A liberdade força-nos a construir, a edificar, caminhar e progredir, a escravidão, amesquinha-nos, separa-nos uns dos outros e leva-nos à solidão total e mais negra. Cristo é a nossa Páscoa, isto significa que devemos segui-lo, emita-lo, amá-lo, pois sem Ele, nada somos, nem nada podemos. A Sua mão carinhosa ainda hoje, neste momento, nos tira das nossas escravidões, com o Seu braço tremendamente forte e seguro. “Senhor, querido Jesus, liberta-me de mim mesmo. Da minha solidão, dos meus medos, da minha ansiedade, dos meus complexos de inferioridade, da minha fraca autoestima, do meu egoísmo. Ajuda-me a ser livre para amar os outros, tal como eles são, a ajudar e sacrificar-me pelos que sofrem, pois todos somos Um em Cristo! Senhor, meu libertador, tem misericórdia dos que sofrem com esta pandemia: dos que estão doentes, dos familiares dos que partiram, de todos os profissionais de saúde que lutam e se sacrificam para salvar vidas, dos governos e de todos os homens, que tu criaste e que vivem neste Egito que esmaga e dilacera a nossas vidas. Senhor, Meu Amigo e Libertador, que a Tua fidelidade se torne visível e palpável na vida de cada um, para que todos vejam que sem Ti, este mundo não tem sentido. Tu és a nossa Páscoa, a nossa Passagem. Ajuda-nos a sermos livres e levar os outros à verdadeira liberdade do Teu amor. Ámen. ” Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura (criação) é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Corintios 5:17)

 

Elaborado por Paulo Renato Garrochinho

ID7D-Portugal | 2018Todos os direitos reservados. Desemvolvido por ID7D-Portugal.